Então estava num belo momento publicitário num dos 5 canais da televisão portuguesa (ainda grátis) uma senhora que dizia com uma voz profunda algo que eu entendi assim:
- Naqueles dias em que põe tudo na mala, e com chuva ainda tem de colocar lá o guarda-chuva e no fim já nem pode com a mala nem consigo ... Quando chegar a casa tome este remédio para a obstipação.
Ora, eu não estava à espera que fossem recomendar-me uma mochila, dormir no chão ou algum exercício de Pilates, mas nunca pensei que fosse a mala a causa de tal problema.
Sobre uma mala e em português até encontro um som mas não é bem música, por isso fico-me pelo lugar (no chão).
Podia começar por discursar sobre as técnicas e táticas futebolísticas, no entanto não é um conhecimento que me assista, ainda que isto do mundial desperte muitos "comentadores desportivos".
A realidade é: Portugal perdeu UM jogo, ainda há DOIS jogos por jogar e o estado de Portugal no Mundial é uma piada nas redes sociais dos portugueses (e eventualmente nas outras, mas nessas não me choca).
E isto não só com o futebol mas com a maioria das coisas que são feitas em Portugal.
Porque é que não se pode gostar e valorizar o que é feito cá?
O que é que leva por exemplo alguém a dizer "ah, eu não dou 60€ para ir a esse festival porque são só bandas portuguesas!"?
O que há de errado se a música com que mais me identifico é feita no meu país?
Olhar por um país não é só votar, nem só pedir faturas (porque se não todos os empresários portugueses são criminosos), é dar pelo menos uma oportunidade ao que é nosso.
Ou isso, ou sou só eu com falta de sentido de humor.
Isto de socializar também tem questões importantes para alguém se debruçar, diria até de extrema importância para o futuro da humanidade.
Então é o seguinte: entre os cumprimentos, o abraço e os beijinhos está o formal, o informal masculino (tem dias) e o informal feminino.
Acontece que sendo mulher, sempre senti que a despedida virtual "abraço" e tendo em conta que é maioritariamente partilhada entre homens, eventualmente receosos de ser posta alguma coisa em causa, não corresponde verdadeiramente a um abraço no sentido da palavra, não que abraços entre homens ponham o que quer que seja em causa, mas não é maioritariamente aquilo com que essas mesmas pessoas se cumprimentariam.
Mas o grande problema da questão é: porque é que isto do abraço é virtualmente "mais frio" que os beijinhos, quando na realidade estes são muito mais banais que os abraços e podem ser partilhados sem qualquer emoção?
Sinto que os abraços são sempre uma maior forma de afeto, uma verdadeira partilha de carinho e ânimo, acho que é uma pena serem assim desvalorizados.
Há ainda quem se despeça com os melhores cumprimentos (modéstia à parte).